Palavra do Provincial
Uma casa para morar
Casa de família palestina, no início do século XX
Pouco tempo após minha ordenação, como vários de meus confrades, tive a oportunidade de trabalhar, mesmo que por curto período, na Pastoral da Mulher Marginalizada, em São Paulo. Num mês de dezembro, as religiosas que acompanhavam a Pastoral pediram que eu presidisse a missa de Natal do grupo.
Em um salão, nas imediações do bairro Luz, na capital paulista, reuniram-se cerca de quarenta mulheres. A maioria estava em situação de prostituição. Algumas me disseram que não era para eu falar muito, porque estavam com fome (haveria um lanche após a celebração).
Na ocasião, tomei repentinamente a seguinte decisão; não faria homilia, mas sim uma pergunta: “Qual foi o melhor Natal de sua vida?” Recordo-me, então, que uma das mulheres disse que seu melhor Natal tinha sido o do ano passado, porque conseguira comprar uma pequena casa para sua mãe, que vivia distante. Sua querida mãe nem imaginava que a casa vinha do dinheiro da venda do corpo de sua filha; mas esta, apesar de tantos sofrimentos e vergonha, estava exultante por oferecer aquele presente. A mãe, enfim, tinha sua casa.
Todos nós precisamos de uma casa. E isso significa, é claro, primeiramente, a dignidade muito concreta de um lar físico, onde possamos nos proteger e sermos nós mesmos. Mas um lar significa também uma família, uma comunidade, amigos, companheiros... Mesmo que queiramos parecer muito fortes, todos temos um grande medo da solidão. Temos medo de ficar “sem casa”.
Quando o Senhor nasceu, seus pais procuraram uma casa, um local para que ele pudesse vir ao mundo. Mas, “não havia lugar para eles” (Lc 2, 7)... Ele continua procurando uma casa, como lemos no Apocalipse: “Eis que estou a porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele comigo” (Ap 3, 20). É preciso não ser indiferentes ao seu desejo por nosso amor. Nem às necessidades de nossos irmãos, de terem, ao menos, onde morar.
Feliz Natal e um abençoado início de 2025.
Fr. André Luis Tavares, OP
Prior Provincial
Quem somos?
A Ordem dos Pregadores é uma família religiosa fundada por São Domingos de Gusmão e confirmada pelo papa Honório III, em 1216. No serviço ao Evangelho e em união com toda a Igreja, a nossa Ordem recebeu a missão de proclamar o Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo seguindo os seus passos.
Dedicando-nos inteiramente à pregação da Palavra de Deus e ligados a Cristo pelos votos de obediência, pobreza e castidade, somos livres para viver uma vida apostólica onde a evangelização e o ensinamento brotam da abundância da contemplação.
Vocação Dominicana
Participantes da missão dos Apóstolos, imitamos também a sua vida, na forma idealizada por São Domingos: conservando-nos unânimes na vida comum, fiéis na profissão dos conselhos evangélicos, fervorosos na celebração comunitária da liturgia – sobretudo da Eucaristia e do Ofício Divino – e na oração, assíduos no estudo, perseverantes na observância regular.
Não só Frades, mas uma Família Dominicana
A Família Dominicana compõe-se de frades clérigos e cooperadores, monjas, irmãs, membros de institutos seculares e de fraternidades de presbíteros e leigos.
Todos os que querem seguir a Cristo de acordo com o ideal pensado por Domingos podem fazer parte dessa família. Estamos em todos os lugares testemunhando Jesus e vivendo a fraternidade, o estudo e a oração.
Pier Giorgio Frassati (6 April 1901 – 4 July 1925)
Membro da Ordem Terceira de São Domingos
A Confraria do Rosário foi instituída para levar um grande número de fiéis, unidos por laços de caridade fraterna, a louvar a Santíssima Virgem, e obter sua proteção, por meio duma oração unânime, e empregando a piedosíssima fórmula do Rosário, donde essa associação tirou seu nome.
Informativo mensal da Província Frei Bartolomeu de Las Casas da Ordem dos Pregadores no Brasil: Mensagem do Provincial, notícias da Província e das Comunidades dos Frades.
Confira
Curso de história e espiritualidade
Curso ministrado pelo Professor Mariano Delgado sobre fr. Bartolomeu de Las Casas e a Escola de Salamanca.