Seria pouco verdadeiro pensar em São Domingos como um santo “popular”. Nele, não temos o carisma de um São Francisco, de um Santo Antônio, de uma Santa Rita. A discrição de Domingos permitiu que sua obra, sua Ordem e família, tivessem mais destaque que ele próprio. Como recordou recentemente o atual sucessor de São Domingos, o Mestre da Ordem Frei Gerard Timoner, mais importante que devoção a Domingos é ter a devoção de Domingos. E tal devoção, só quem entendeu o que significa a vida que ele propõe pode compreender.

 

Domingos, diante de uma cristandade em crise e um mundo em transformação, não se deixou abater. Saiu de sua “zona de conforto” e sonhou uma Ordem apostólica, não apenas de pessoas que pregavam, mas de pregadores. Em outras palavras, de homens e mulheres que entregassem todas as suas energias à caridade da verdade: à pregação do Evangelho. No coração da Igreja, uma família totalmente preocupada com o anúncio da Boa Nova.

 

Ciente de que não há pregação sem contemplação, a vocação dos pregadores(as) – mesmo das contemplativas – está baseada em três pilares: estudos, comunidade e oração. Todos estes elementos voltados à pregação. Por isso, a vocação dominicana só é completa quando a Verdade estudada, vivida em comum e contemplada na oração chega aos ouvidos dos homens e mulheres de nossos dias.

 

Neste mês, possamos fazer o exercício da gratidão de termos recebido esta vocação tão especial (a vocação dominicana), da qual tanto nos orgulhamos pelos frutos que deu, dá e, sobretudo, ainda dará. A todos, um bom mês vocacional.