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Pilares da Vida Dominicana
OS QUATRO PILARES DA VIDA DOMINICANA
Os quatro pilares, da vida dominicana: oração; vida comunitária; estudo e ministério da pregação, na forma com a qual a nossa vida está dividida; no entanto a vida de um dominicano, individualmente tomado, não está dividida de forma alguma. Essas quatro áreas devem ser vividas de modo fiel e rico a fim de que a Santa Pregação se realize. Viver uma vida equilibrada dedicando a ênfase adequada a cada uma dessas áreas ajuda-nos a cumprir o trabalho de nosso fundador, São Domingos, e a Igreja têm-nos pedido para fazer: pregar a boa-nova de Jesus Cristo.
ORAÇÃO
Nós, dominicanos, centramos nossas vidas em Jesus Cristo, a verdadeira luz, e somos movidos pelo Espírito Santo, quem irradia a presença salvadora de Deus no mundo de hoje. Nós celebramos a Palavra, diariamente, através da oração comunitária, da meditação, do estudo e da proclamação dessa mesma Palavra, que é a pregação. Imitando a Mãe de Deus, que guardou estas coisas no seu coração, as nossas vidas são alimentadas pela Palavra de Deus como ela nos é transmitida pela Sagrada Escritura, celebrada na Eucaristia e descoberta na vida cotidiana. De acordo com o desejo de S. Domingos, a celebração solene e comunitária da liturgia deve ser mantida entre os principais deveres de nossa vocação. Na liturgia, sobretudo na celebração da Eucaristia, o mistério da salvação faz-se presente e atuante, um mistério, do qual partilhamos e que contemplamos e proclamamos por meio da pregação aos outros para que eles possam ser incorporados a Cristo através dos sacramentos da fé. Na liturgia, juntamente com Cristo, glorificamos a Deus pelo dom da divina graça. Nós intercedemos junto ao Pai das Misericórdias pela Igreja toda, bem como pelas necessidades e pela salvação do mundo inteiro. Portanto, a celebração da liturgia é o centro e o coração de toda a nossa vida, cuja unidade encontra-se especialmente enraizada nela. Cada dominicano é chamado a equilibrar em sua própria vida as duas dimensões da nossa vida, a contemplativa e a ativa. O equilíbrio é aquilo por que nós lutamos continuamente e não algo que alcançamos de uma vez por todas.
VIDA COMUNITÁRIA
Vivemos juntos, tanto em grandes quanto pequenas comunidades. A ideia básica do que é uma comunidade não se reduz apenas à noção de pessoas que vivem sob o mesmo teto. Pelo contrário, a vida em comunidade define-se por meio da vontade de compartilhar a vida. Para nós, dominicanos, a dimensão comunitária da nossa vida religiosa desafia-nos a sermos "uma só mente e um só coração em Deus". A profissão na Ordem dos Pregadores inclui a promessa de termos todas as coisas em comum. Nós moramos juntos e orarmos juntos; compartilhamos uma visão comum no ministério da pregação. Era desejo de São Domingos imitar a pobreza apostólica de Jesus e da Igreja primitiva, por isso "não chamamos nada de nosso." Como dominicanos, compartilhamos nossos bens com o resto do mundo. Vivemos uma vida consagrada, ou seja, fazemos promessas públicas de viver de acordo com os ideais aconselhados por Jesus. Nosso voto de pobreza nos move para viver uma vida simples, livre da necessidade de possuir muitas coisas. Nosso voto de castidade configura-se como uma escolha deliberada por não limitar a nossa vida a uma esposa e família, mas para permitir-nos ser testemunhas do amor ilimitado de Deus. Nosso voto de obediência coloca-nos a serviço da Igreja, livres da necessidade de termos a última palavra sobre o que vamos fazer e onde vamos viver. A vida consagrada é um desafio, mas é um dom da personalidade integral, a serviço do reino. Esse gesto é emocionante e muito gratificante.
ESTUDO
São Domingos fez do estudo uma parte essencial da "Sagrada Pregação". Esta não foi uma inovação pequena, no século XIII, quando a maioria do clero recebia apenas uma educação rudimentar.
São Domingos enviou os frades para as grandes universidades do seu tempo para estudar, para pregar e estabelecer locais de aprendizagem. Esta dedicação ao estudo e ensino continua até hoje.
O objeto primordial do estudo dominicano é a Palavra de Deus – que vindo a nós através da Escritura e da Tradição – é interpretada, primeiramente, com autoridade pelo Magistério da Igreja, e cuja mais plena manifestação encontra-se na própria pessoa de Cristo.
O que poderíamos chamar o objeto secundário do estudo dominicano não difere em conteúdo da Verdade que é Cristo; difere, sim, no modo pelo qual ele é descoberto. Na medida em que a criação, as realizações do gênio humano e, até mesmo, as outras religiões refletem a luz do Evangelho, esses também são meios propícios, através dos quais o estudante, sábio e zeloso, pode vir a conhecer mais profundamente o autor de tudo o que existe.
Assim, toda a ordem criada, como a revelação do mistério mantido em segredo durante longos séculos, mas agora manifestado por meio dos escritos proféticos estão abertos para a mente perspicaz do frade estudioso.
O objetivo do estudo dominicano, por fim, é tornar-nos aptos para servir as almas dos nossos vizinhos. Diferentemente, da forma de mera curiosidade, é uma obra de misericórdia espiritual que visa facilitar a comunicação mais eficaz da verdade que salva.
Enquanto o conhecimento pode, certamente, ser procurado por sua própria causa, o estudo é ainda mais nobre e virtuoso quando se está motivado pelo duplo mandamento do amor a Deus e amor ao próximo.
PREGAÇÃO
Como as letras "O.P.", após o nosso nome, letras que significam Ordo Praedicatorum (Ordem dos Pregadores) sugere que a pregação é o cerne da vida dominicana.
De fato, fomos fundados para ser úteis para as almas dos outros, e tornamo-nos favoráveis, principalmente, através do nosso ministério da Palavra de Deus.
Nossa vida em comum, nosso estudo e nossa oração estão todos voltados para sustentar a vocação de um pregador.
Para nós pregar assume muitas formas. Pregamos a partir do púlpito, durante a liturgia; em retiros; mas, também, levamos em consideração que o nosso ensino e que vários tipos de cuidados pastorais podem ser maneiras pelas quais nós trazemos a Palavra redentora de Deus para lidar com as vidas daqueles a quem servimos.
Nosso ministério de pregação nos leva a desenvolvermos nossas atividades em: paróquias, universidades, centros de retiro; e, às vezes, até mesmo a distribuição de alimentos, abrigos para os sem-teto e outras iniciativas, nas quais as pessoas são pobres, literalmente; bem como espiritualmente.